No momento em que o Semiárido enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) quer reforçar na Cúpula dos Povos o debate da convivência com o Semiárido como a principal estratégia para o desenvolvimento sustentável da região e promoção de vida digna para as famílias agricultoras.
A Cúpula dos Povos ocorrerá de 15 a 23 de junho, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O evento vai reunir representantes de entidades e movimentos sociais e populares para debater as causas estruturais da atual crise civilizatória e construir novos paradigmas para o futuro do planeta. A ASA é membro do Grupo de Articulação do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20.
“A principal bandeira da ASA será apresentar como conviver no Semiárido brasileiro, particularmente tratando da questão da água, da importância que ela tem para a vida e se contrapondo a qualquer forma de mercantilização desse bem e de outros bens comuns da natureza que são necessários para se viver”, destaca o coordenador da ASA pelo estado do Rio Grande do Norte e representante da rede no Comitê Facilitador, Procópio Lucena.
Além de provocar o debate sobre a democratização da água na região que mais sofre pela sua escassez, a ASA pretende deixar um legado na Cúpula dos Povos que é a construção de duas cisternas na comunidade do Alemão em parceria com a Fundação Banco do Brasil e a Verdejar, uma entidade que trabalha com agroecologia urbana. A comunidade vai receber uma cisterna de 16 mil litros, que acumula água para o consumo humano, e uma cisterna-calçadão de 52 mil litros, que vai servir para os moradores plantar hortaliças e cultivar mudas para reflorestamento do morro.