O governo do estado anunciou ontem, durante audiência pública, o pagamento de duas quinzenas aos fornecedores do Programa do Leite. Cada quinzena custa, em média, R$2 milhões. Embora o pagamento da segunda quinzena de março e início do pagamento da primeira quinzena de abril dê novo fôlego aos produtores de leite, não resolve a crise que acomete o setor desde 2010. Não são as parcelas atuais que preocupam os produtores, mas as cinco quinzenas herdadas da gestão anterior e que somam quase R$10 milhões.
O governo estuda uma forma de pagar o débito e já finaliza um novo cronograma de pagamento. Segundo Ronaldo Cruz, diretor geral da Emater, responsável pelo pagamento aos fornecedores, a ideia é pagar aos produtores de leite de cabra de uma só vez e parcelar o pagamento aos produtores de leite de vaca em três vezes. A proposta ainda não foi apresentada aos produtores.
O governo ainda estuda uma forma de pagar as usinas, que deverão receber o maior valor. O atraso no pagamento dos fornecedores provocou uma verdadeira reação em cadeia na bacia leiteira potiguar, afetando principalmente a região Seridó, que concentra boa parte da produção.
A produção de leite caiu e quatro das 26 usinas de pasteurização fecharam nos últimos meses. Segundo Luiz Neto, gerente executivo do Sindleite, produtores estão fornecendo, no máximo, 90% da quantidade acordada. Com a crise, produtores estão fechando postos de trabalho e vendendo o gado para os abatedouros.