De olho na perspectiva de reeditar a parceria com o PT e, ao mesmo tempo, abrir uma brecha para que o atual vice-presidente, Michel Temer, seja candidato a presidente da República no futuro, o PMDB decidiu enterrar a proposta de emenda constitucional que previa o fim da reeleição e estabelecia mandato de cinco anos para prefeitos, governadores e presidente da República. O parecer pela continuidade da reeleição, apresentado pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), foi aprovado ontem por maioria de votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na mesma sessão, os senadores acertaram ainda a coincidência de mandatos para prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais e presidente da República a partir de 2018. A data da posse também mudou.
Tudo segue agora para o plenário do Senado e, depois, para a Câmara dos Deputados. A decisão por manter a reeleição, rejeitando assim a decisão da comissão de reforma política de propor o mandato de cinco anos, foi tomada numa reunião de peemedebistas em meio à crise que vivia o então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O raciocínio do partido é o de que não é hora de melindrar o PT nesse tema. Derrubar a reeleição poderia parecer provocação. Afinal, o PMDB ocupa hoje a Vice-Presidência e pode terminar se beneficiando da proposta lá na frente. Mas, em conversas reservadas, os peemedebistas acreditam que, se algo der errado na parceira com o PT ainda há tempo de mais à frente, buscar o mandato de cinco anos. Até porque o projeto ainda precisa passar pelo plenário do Senado e pelo da Câmara, e em dois turnos.

