O Rio Grande do Norte investiu apenas 4,5%, ou R$ 490 milhões em relação às despesas realizadas no ano de 2010 e não buscou ampliar esse índice na busca por recursos. Em relação 2009, a queda foi de 6%. A constatação é do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que esta semana avaliou as contas dos ex-governadores do PSB Wilma de Faria e Iberê Ferreira, esse parcialmente reprovado pela malha fina da Corte de Contas.
Para comparar: com um orçamento inferior ao do RN, a Paraíba destinou 7% de suas despesas aos investimentos. O Ceará apostou maior: 21% dos gastos foram investidos. Até Alagoas, que tem quase metade do orçamento do Rio Grande do Norte, R$ 4,7 bi, decidiu dedicar 18% aos investimentos de seu estado. Investimentos são os principais responsáveis pela elevação da atividade econômica, e essenciais se o Estado quiser alavancar as taxas de crescimento econômico. Via de regra, devem ser priorizados em contraponto às despesas correntes.
A radiografia das contas revela ainda: mais que dobraram os gastos com Comunicação em 2010, ano eleitoral, enquanto caiu o aplicado em Saúde Pública, Urbanismo, Cultura e Ciência e Tecnologia. Não houve um centavo para o Saneamento. Enquanto isso, o Estado gastou sem autorização – e previsão orçamentária. Isso foi o genitor da saia justa que o TCE vestiu em Iberê, o qual precisou recorrer a manobras irregulares para cobrir as despesas de pessoal. O TCE também encerrou a discussão em torno da dívida deixada pelo governo do PSB ao Rio Grande do Norte: foram mais de R$ 861 milhões. Reparem que o valor da dívida é o dobro do que foi aplicado em investimentos. E não foi para investir que a dívida foi contraída.


