A falta de médico e os problemas com saúde, em Caicó, já viraram rotina. Durante os dois finais de semanas passados os pacientes que chegavam aos hospitais precisavam esperar ou eram encaminhados para outras cidades da região.
A situação fica complicada quando se trata de área obstetra. Durante a primeira semana de Janeiro um fato deixou uma grávida em situação de risco em Caicó. A jovem Ana Aline, residente em Cruzeta, chegou ao hospital do Seridó com dores e em condições de realizar o parto normal. No entanto, a falta de médico anestesista a deixou esperando por mais de cinco horas no corredor da casa hospitalar.
“Eu cheguei às 8h, entreguei minha documentação, o cartão do pré-natal, ao médico. Ele fez uma cara de rejeição, mas mesmo assim mandou-me procurar o internamento. Fiquei esperando até as três horas da tarde e não apareceu anestesista. Perguntei a uma enfermeira e, como resposta, ela disse que não tinha na escala”, disse Ana Aline.
A revolta da jovem aumenta, pois, segundo ela, o médico obstetra chegou libera – lá para casa e ordenou que não falasse nada a ninguém.
“O médico me mandou calar a boca. Pediu para eu ficar bem mansinha e ir para casa. Já estava voltando pra casa quando veio um homem conhecido da família e me ajudou. Por pouco eu não perdi a criança e fiquei jogada no corredor do hospital”, disse a jovem.