As fortes chuvas caídas em diversas regiões do Rio Grande do Norte, no final de semana, provocaram interdição de rodovias, alagamentos nas cidades, prejuízos na zona rural, a sangria de um açude no Trairi e ainda representaram números recordes. Em Natal foram registrados 151,1 milímetros de chuvas da manhã de sexta-feira à manhã de ontem, quantidade próxima à soma das médias históricas na cidade para os meses de janeiro (58,6 mm) e fevereiro (109,3 mm).
A pista ficou interditada e o trânsito engarrafado. No meio da tarde, o Exército começou os reparos. Somente a chuva registrada na capital pela Estação Meteorológica da UFRN, das 9h de domingo às 9h de segunda-feira, foi de 115,6 mm, a maior em um único dia desde 8 de agosto de 2008, quando choveu 171,9 mm. Foi também a maior em um único dia de janeiro, desde que a Emparn começou a registrar os índices diários na capital, em 1992.
O total acumulado em 2011 já é de 213,1 mm, quase quatro vezes acima da média, fazendo deste mês o mais chuvoso janeiro desde 2004 em Natal. O volume, porém, está abaixo do registrado em Parnamirim. Nos primeiros 24 dias do ano choveu 350 mm na terceira cidade mais populosa do estado. Em Santa Cruz foram 264 e em Sítio Novo 221. Essa última, localizada no Trairi, registrou a maior precipitação do final de semana, exatamente os 221 mm.
O Trairi foi a região mais afetada pelas chuvas. Uma ponte na BR-226, entre Tangará e Santa Cruz, chegou a ser “lavada” por uma lâmina de 15 cm de água e teve parte de sua estrutura danificada. Durante a madrugada de ontem, no local, um veículo com dois integrantes da comissão técnica do time de futebol do Santa Cruz foi arrastado pelas águas. Em Santa Cruz, o açude de mesmo nome, com capacidade para 5,1 milhões de m3, começou a sangrar no domingo. De acordo com o prefeito, Péricles Rocha, a lâmina chegava ontem a “aproximadamente 80 cm” e alguns “pequenos barreiros” na zona rural estouraram. O reservatório da cidade, que pertence à bacia do rio Trairi, é o primeiro do Dnocs a sangrar no estado, em 2011.