Natal é uma das datas mais
importantes do nosso calendário. Os festejos em homenagem ao nascimento de
Cristo são um marco no mundo ocidental e o desempenho feminino é fundamental
para a manutenção dessa tradição. Embora Papai Noel leve mundo afora a fama de
ser o mestre das cerimônias de fim de ano, são as mulheres as grandes
produtoras dos eventos natalinos. Em geral, são elas que preparam a casa para receber
a família, organizam o cardápio da ceia e cuidam dos presentes de Natal também
para as famílias dos maridos.
Assim como no Brasil, o
Natal na Alemanha é uma mistura de sentimentos contraditórios, pois traz à tona
alegrias e tristezas. Enquanto uns recebem lembranças aos montes, crianças
viram a noite sem ter nem o que comer. O Bild, um famoso jornal alemão,
recheado de fotografias natalinas, diz que essa é a época do ano com maiores
dualidades, é quando os parentes mais se presenteiam, mas também é na “noite
feliz” que acontecem os maiores desentendimentos familiares. É quando mais se
gasta inutilmente e ao mesmo tempo é o período de maior caridade.
Voltando às “mamães noéis”,
grande parte das doações são organizadas por mulheres. São elas que estão à
frente do cozimento do “sopão” para moradores de rua, que encabeçam as
campanhas de agasalhos, a entrega de presentes para crianças humildes. Graças a
elas, as instituições de caridade reúnem dinheiro para os necessitados. As
senhoras coordenam o seu próprio Natal e também o de outras famílias.
É bacana compensar o
comércio desenfreado com um pouco de compaixão feminina e aguçar as trocas de
boas ações no final do ano. A simbologia de dar e receber é intensa no Natal
alemão e suas mulheres contribuem para que a festa tenha um brilho especial,
unindo a tradição cristã a muita magia. As alemãs transmitem para as gerações
seguintes o real significado do Natal, que para elas é um período de amor e
luz. O Natal alemão é vivido intensamente e presentear parece ser menos
importante que no Brasil. Mas unir, viver o aspecto religioso do evento e
iluminar a vida é primordial. Esse espírito está nas ruas, nas casas e no
tempo, pois há até contagem regressiva para o espetáculo que é o Natal alemão,
as coroas e os calendários do advento.
Quatro semanas antes do dia
25 de dezembro se dá o início do período chamado ‘Advento’, que é o tempo de
preparo para o Natal. Entre os religiosos, a fé reacende junto com as velas da
coroa de Advento. Estas guirlandas, feitas de ramos de pinheiros e fitas, são
rodeadas por quatro velas. A cada domingo, uma das velas é acesa, numa contagem
regressiva para a comemoração da chegada do menino Jesus.
As crianças celebram a
temporada através de uma deliciosa prática para encurtar a espera. No dia primeiro
de dezembro, as mães entregam aos filhos uma caixa de cartolina com 24
janelinhas, por trás delas há chocolates e lembrancinhas. A cada dia, as
crianças abrem uma portinha e experimentam um doce surpresa.
A Alemanha tem um dos Natais
mais belos do mundo e o que mais torna essa data especial são os “Mercados de
Natal”, conhecidos como Weihnachtsmarkt. Essa tradição espetacular que antecipa
a festa transforma vilarejos e metrópoles em cenários de contos de fadas.
Existem mais de 2.500 em toda a Alemanha e são a forma mais calorosa de driblar
o inverno. Nessas feirinhas, as pessoas tomam vinho quente, degustam comidas
típicas e encontram ornamentos criativos e muitos presentes. O berço mais
romântico do Natal é a Alemanha. Aqui as luzes abraçam mercados, muralhas de
castelos e paisagens de cidades, anunciando aos visitantes: Fröhliche
Weihnachten! Feliz Natal!
