
Em uma tarde marcada por emoção e reconhecimento, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizou, nesta quarta-feira (28), uma sessão solene em homenagem ao Dia Estadual da Mulher Advogada, celebrado oficialmente no dia 30 de maio. A solenidade foi uma proposição da deputada estadual Cristiane Dantas, autora da lei nº 10.410/2018, que instituiu a data no calendário oficial do estado.
O evento destacou a importância das mulheres na advocacia potiguar, suas trajetórias de superação, resistência e contribuição para uma justiça mais equânime e representativa. Na abertura da sessão, a deputada Cristiane Dantas destacou que a data vai além de uma celebração. “É um reconhecimento da coragem, da superação e da luta por justiça protagonizada por tantas mulheres que abraçaram a advocacia como profissão”, afirmou.
Durante seu discurso, a parlamentar ressaltou a trajetória pioneira de Wandecy Albanês Ferreira Veras, primeira mulher inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte, além de ter sido a primeira promotora de Justiça e primeira mulher a exercer a magistratura no estado.
Cristiane enfatizou que ser mulher e advogada é, muitas vezes, enfrentar preconceitos, romper barreiras invisíveis e, ainda assim, se manter firme na missão de promover o direito e a justiça. “A presença feminina na liderança da advocacia precisa crescer. A igualdade de oportunidades precisa deixar de ser um ideal e se tornar realidade”, pontuou.
Na sessão, que reuniu autoridades, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN) e familiares das homenageadas, as advogadas tiveram suas trajetórias profissionais destacadas como exemplo de competência, compromisso social e protagonismo feminino. Representando o grupo de homenageadas pelo Legislativo, a advogada e escritora Adriana Magalhães enalteceu os avanços na busca pela igualdade de oportunidades para as mulheres que exercem a profissão. Em seu discurso, ela relatou os desafios para a advocacia feminina, ponderando que as mulheres são maioria entre as advogadas, mas, de certa forma, ainda são minoria na devido à falta de oportunidades iguais. “O grau de opressão e ausência de voz ativa é que expressa uma condição minoritária de determinados segmentos”, disse.
A homenageada ressaltou que, desde 2020, a OAB Nacional aprovou paridade de gênero para composição de chapas de Conselho Federal, Subseccionais e das caixas de assistência. Segundo ela, hoje são 39 advogadas com assento no conselho federal, o que contrasta com as nove cadeiras que eram ocupadas por mulheres em 2016 e reforça a importância vital de políticas afirmativas que resultem em mais mulheres em espaços decisórios.
“Essa é uma trajetória inacabada. As desigualdades e assimetrias ainda são uma realidade a exigir perseverança e consistência na busca de novos e constantes avanços. Romper o manto da invisibilidade, que relega muitos talentos femininos a segundo plano, deve ser uma meta de todos nós, se desejamos evoluir enquanto sociedade. Ainda há muito a fazer”, disse a advogada. “Sigamos altaneiras, combativas mulheres que somos, em busca de maiores e melhores espaços. Advogada é, ao fim e ao cabo, indispensável à administração da Justiça”, finalizou.
Ao fim da solenidade, que contou também com a presença do deputado Hermano Morais (PV), a deputada reforçou que reconhecer as trajetórias das homenageadas é valorizar não só a advocacia, mas também fortalecer o Estado Democrático de Direito. “Que esta homenagem seja mais um estímulo para reafirmarmos o compromisso com uma advocacia que não se cala, que acolhe e que transforma”, concluiu.
Homenageadas na solenidade:
Adriana Cavalcanti Magalhães Faustino Ferreira
Danusa Alvarenga Medeiros Amorim Santos Porciúncula
Dina Emmanuelle Perez Medeiros
Gabriella Simonetti Meira Pires Barbalho
Geyse Daysa Bezerra Raulino Maciel
Karina Silveira Silva
Nadjaluce de Carvalho Barros
Renata Colombiéri Mosca
Tatiana Mendes Cunha
Zita Hortência Monteiro Maia