No governo, além de traçar estratégias para a votação da denúncia no plenário, uma das preocupações agora é acomodar os partidos que demonstraram mais fidelidade na votação.
Assim que acabou a votação, os aliados do chamado Centrão (PRB, PP, PSD e PR), que fecharam questão com o governo, correram ao Planalto para cobrar ajuste de contas. Mais espaço no governo. Não acham justo, por exemplo, que o PSDB continue com quatro ministérios. Já há até disputa pelas vagas, especialmente o Ministério das Cidades, ocupado pelo tucano Bruno Araújo.
“Você apoia, você tem ministério, ajuda a governar, e parte da bancada desse partido vota contra o governo e faz discurso contra o governo. Eu acho que tem que diminuir ministério”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP).
Mas, se depender de Temer, nada muda. Ele sabe que não pode se dar ao luxo de romper com ninguém. Pelo menos, agora. A ordem é tentar converter quem está contra ele e os palacianos vão passar o resto do mês tentando agradar aos insatisfeitos, classificados pelo Planalto como “indecisos”. Por isso mesmo, os articuladores saíram tentando acalmar os ânimos dos que defendem retaliação aos tucanos.


