Ibama vai cadastrar propriedades para soltura de animais

O Ibama está buscando propriedades rurais em todo o estado do Rio Grande do Norte para realizar solturas de animais silvestres. A maior parte dos animais a serem soltos é de aves (80%), seguidos de répteis (15%) e mamíferos (5%), quase todos apreendidos em operações de fiscalização do órgão. As áreas precisam ter boa cobertura vegetal como matas e bosques e seus proprietários devem comprometer-se a não permitir caça, captura ou molestamento dos animais soltos em seus domínios.
O cadastramento das áreas de soltura é o primeiro passo da campanha “Pacto pela Fauna”, que será lançado ainda neste semestre no RN. A idéia é agregar representantes de toda a sociedade potiguar – entidades, empresas, imprensa e cidadãos – para combater a captura, o comércio e a manutenção de animais silvestres em cativeiro. O motivador da campanha é a alta taxa de apreensão de animais silvestres ilegais, que está atingindo números semelhantes aos de SP – cerca de 4 mil por ano. A diferença é que SP possui mais de 40 milhões de habitantes e o RN pouco mais de 3 milhões, o que aponta para um índice de ilegalidade 10 vezes superior aos dos paulistas.
Outro aspecto pouco percebido pela sociedade é que por trás de um simples passarinho ou papagaio em gaiola existe uma rede de ilegalidades. Assim, o cidadão comum seria o principal financiador do tráfico de animais, pois cada vez que compra um bicho está pagando para o traficante retirar mais animais das matas. Dentro dessas rede operam também os biopiratas, que capturam animais com princípios ativos (“venenos”) para utilização nas indústrias químicas ou farmacêuticas. Neste caso, o crime acaba afetando também a ciência e a economia brasileiras, que perdem oportunidades de descobrir novos substâncias ou medicamentos.

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