O número de acidentes e mortes nas rodovias federais que cortam o estado cresceu durante o ano de 2010, em comparação a 2009. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), aumentou em 18% a quantidade de acidentes e em 36% a de mortes. A corporação aponta o crescimento da frota de veículos, a falta de atenção e o excesso de velocidade como os principais motivos da realidade vista.
Segundo dados da PRF, em 2009 foram 3.336 acidentes – deixando 1.668 feridos, enquanto que no ano passado foram 3.913 – resultando em 2.041 feridos. No ano de 2009, ocorreram 140 mortes nas rodovias federais no RN, e no seguinte foram 191.
O trecho que concentrou mais acidentes em 2010 foi a BR-101 Sul na região metropolitana da capital, entre Natal e São José do Mipibu. Ao todo, 35% dos casos dessa natureza foram lá.
“O movimento de entrada e saída é intenso perto de Natal. Assim, uma simples desatenção pode resultar em batida. Por isso o número é maior nessa região”, esclareceu o Inspetor da PRF, Roberto Cabral.
Já o trecho onde mais gente morre é a BR-304, que liga Natal a Mossoró. “Já nessa área, pessoas abusam da velocidade e das ultrapassagens irregulares por ser um trecho rural e com menos movimento. As longas retas existentes fazem com que o condutor não preste tanta atenção”, afirmou Cabral, justificando os óbitos registrados na rodovia.
O inspetor afirma que “ninguém está mais preocupado em seguir as normas de trânsito”.
Para o inspetor, o aumento da frota também influi no crescimento da quantidade de acidentes e mortes. Os números do Departamento Estadual de Trânsito no RN (Detran/RN) não o deixam mentir. Nos últimos 18 anos, a frota potiguar cresceu 526,81%, passando de 121.557 em 1992 para mais de 760 mil veículos este ano.
Em Natal, a frota quadruplicou no mesmo período, passando de 74.275 veículos em 1992 para 298.995 este ano. Um aumento de 302,5%. Além dos pouco menos de 300 mil carros em Natal, Parnamirim tem mais de 55 mil. Somados, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Extremoz e Ceará-Mirim trazem mais 32 mil à frota. Assim, pode-se falar em mais de 380 mil veículos circulando na Grande Natal.
Para a corporação, a “arma” mais efetiva da PRF é a fiscalização. “Através de radares e blitz podemos dar mais eficácia para a fiscalização alo longo dos 307 quilômetros da malha viária no RN”, disse Cabral.
Contudo, o inspetor também ponderou sobre a capacidade da PRF em realizar blitzen e, assim, tentar diminuir o número de acidentes e mortes. “O nosso efetivo de 200 homens não é suficiente para prestar um bom trabalho ao longo de todas as rodovias”, enfatizou, enquanto lembrava também que a corporação possui apenas dois radares móveis fotográficos, número certamente insuficiente.