O governo do Estado já acena com a possibilidade de reabrir as negociações com os professores, que estão em greve há 17 dias pela implantação do piso salarial nacional da categoria. A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), Fátima Cardoso, disse antes de começar a assembléia de ontem à tarde, que a secretária estadual de Educação e Cultura, Betânia Leite Ramalho, telefonou para ela que estava se levantando o impacto financeiro relacionado ao enquadramento dos professoras, mas a planilha da SEEC “não estaria batendo” com a da área econômica do governo.
Fátima Cardoso disse que existe a perspectiva da secretário Betânia Ramalho receber uma comissão do Sinte nesta terça-feira, dia 24, mas na assembléia realizada no pátio externo da Escola Estadual Winston Churchill, onde 640 professores assinaram a folha de presença, ficou acertada a realização de mais uma assembléia no dia 31 de maio para avaliação da greve.
Além da revisão do plano de carreira, a fim de equiparar os salários de 18 mil professores com os demais servidores da administração direta e indireta do Estado, o Sinte informa que 4.164 servidores da área administrativa da rede estadual de ensino esperam enquadramento funcional por parte do governo. Fátima Cardoso disse que a alegação do governo relacionada a escassez de recursos para implantação do piso salarial não procede, vez que só de ICMS o governo arrecadou, no primeiro trimestre do ano, cerca de R$ 776 milhões: “Foram R$ 110 milhões a mais do que foi arrecadado no mesmo período do ano passado”, destacou ela.
Outro dado apontado pelo Sinte, é de que de janeiro abril de 2011, segundo dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o Rio Grande do Norte recebeu R$ 214 milhões do Fundo de Valorização e Manutenção do Magistério (Fundeb), sendo R$ 54 milhões a mais do igual período de 2010.